In: http://www.jn.pt/revistas/nm/Interior.aspx?content_id=2772827
O ensino simultâneo:
"(...) A estrutura de ensino simultâneo - todos a aprender a mesma coisa ao mesmo tempo - vem do século xvii e ainda perdura apesar de se saber desde os anos vinte do século xx que é um modelo esgotado. O professor dá uma lição, depois faz uma pergunta, escolhe um aluno para responder e avalia o trabalho substancial que é feito em casa. O principal problema da escola está neste modelo de não-comunicação em que o professor usa mais de três quartos do tempo da aula para falar sem que os alunos participem ou estejam envolvidos. Assim não há diálogo possível. Poderá algum jovem ou criança suportar isto? (...)"
A cooperação - "a melhor maneira de competir":
"(...) Não temos uma escola democrática, os alunos não participam na organização das aprendizagens e no ensino. Quase quatro décadas depois do 25 de Abril, lamento que os governantes não tenham aprendido que a melhor maneira de competir é pela cooperação - os desportistas de equipa, por exemplo os futebolistas, sabem-no bem. Ao invés, nós pusemos os alunos a competir com os colegas e os professores uns com os outros, o que empobrece o trabalho realizado. Esta ideia de transformar a escola, que deve ser um centro vivo de cultura, numa empresa é uma ilusão perigosa. E o sistema de vigilância e punição que está a montar-se para alunos e professores vai tornar a escola ainda mais desumana do que já é. (...)"
As "novas" metas:
"(...) O discurso oficial é que sim, que servem [os interesses dos alunos e dos professores]. Mas não é verdade, não servem porque empobrecem o curriculum, o trabalho intelectual dos professores e dos alunos. Estas metas não trazem uma vantagem cultural e de socialização acrescida às aprendizagens, à escola e à sociedade. (...)"
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