«(...) Normalmente, nos papéis que me davam na escola, eu escrevia sempre nas observações que tinha surdez severa e utilizava próteses auditivas. Resolvi tentar escrever isso em francês no tal campo, e assim que a senhora viu, desatou a berrar uma série de palavrões, dos quais só entendi mesmo “Handicapé?? Handicapé?? Comment on va faire?? Handicapé?!”. Em 20 anos de vida, nunca me tinham chamado “limitada” tantas vezes como naqueles 5 minutos.
Aos poucos fui-me adaptando à faculdade, (...) A Aurèlie já tinha
acabado o curso na faculdade onde eu andava, por isso ajudou-me com
apontamentos e conselhos, pelo que acabei por aprender mais com ela, no
que nas aulas em si. Consegui passar os exames finais das cadeiras, com
notas baixas, mas tive uma grande negativa num trabalho escrito. Tive de
ir a segunda fase, conseguindo obter uma positiva boa e concluindo o
ano. Mentalmente, revi a cara da senhora furiosa do primeiro dia e
respondi-lhe “Handicapé oui, et alors?!”. (...)»
Para saber mais: http://portal.deaftalks.com/sara-paulus/#comment-13
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