Chegar a uma sala de aula e ver os alunos a fazer uma ficha de interpretação sobre "A Menina do Mar" de Sofia, traz-me à memória as inúmeras tardes passadas em casa dos meus avós a ouvir esta história narrada pela Eunice Muñoz. Já tinha 5 anos e quase sabia toda a história de cor. Ao ler partes da história os cheiros de então vieram agarrar-se novamente ao meu corpo, como que se impregnando em mim. Hoje são as fichas de interpretação, os vários exemplares do livro nas mesas da sala de aula, os alunos a completarem a ficha, a procurarem no livro as frases para as quais remete a ficha. Interrogo-me em silêncio sobre que cheiros ficarão agarrado aos seus corpos ... Estes pensamentos são interrompidos pela professora que aproveita para me mostrar os magníficos desenhos que eles têm feito sobre as diversas partes da história ... lindos desenhos repletos de cor e inesquecíveis aromas! … tal como os diversos aromas que atravessam as nossas vidas, sobre os quais aproveitamos para trocar algumas “dicas” entre mulheres professoras.
Depois do almoço entro numa sala em que os “cheiros” recordados são os ciclos das estações do ano: o Inverno, a Primavera, o Verão e o Outono. As figuras do livro de Estudo do Meio são o pretexto para a conversa sobre os estados do tempo em cada uma dessas épocas do ano que se repetem, com aromas renovados, a cada ano. Segue-se um desenho numa folha A4 dos quatro aromas cíclicos que os alunos já tão bem conhecem.
Na sala seguinte , quando entro sento-me logo na roda para me integrar num jogo sobre nomes de animais da quinta que tivessem visto no Jardim Zoológico. Há uma almofada que vai atravessando a roda e quem a recebe, antes de a atirar para o companheiro seguinte tem que dizer um nome de animal da quinta. Apesar de se tratar de gente bem pequena, as regras são muito bem seguidas e respeitadas. Passamos depois aos animais selvagens. São imensos os animais que conhecem e igualmente imensas as vezes que a almofada vai atravessando a roda. Todos participam. Passamos depois ao “jogo do segredo”: e a concentração para perceberem bem o que diz o vizinho? Imensa. A frase chega quase sempre igual ao fim. Segue-se para terminar o “jogo da corrente eléctrica”: tudo muito concentrado de novo e quem está no meio tem mesmo dificuldade em descobrir onde vai a corrente. Que experiência maravilhosa foi esta oportunidade.
Tudo isto aconteceu no dia 6/05/2010. O resto fica para a próxima visita.
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