quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O valor simbólico de uma lista em papel...

Numa escola que conheço bem, a mudança de turnos ao almoço era uma grande confusão. As professoras, apesar de estarem na sua hora de almoço, decidiram ajudar e tentaram organizar os alunos. Uma delas combinou com os seus alunos (3.º anos de escolaridade), que iriam organizar-se numa fila e que seriam os últimos a entrar: assim evitariam a confusão e saberiam sempre como organizar-se. Chegaram mesmo a fazer uma lista escrita em papel da ordem em que o meninos se deveriam pôr na fila. Assim, não haveria dúvidas, saberiam sempre como organizar-se. À vez, os presidentes (uma das tarefas semanais rotativas na turma) ajudavam a fazer a fila. Esta organização durou umas seis semanas sem qualquer confusão.

Foi na última semana que levaram para o Conselho da turma, quando fazem a avaliação da semana, a questão da entrada para o almoço: não estava a correr bem, já não estavam a fazer a fila como estava combinado. Discutida a razão do que estava a acontecer, chegou-se à conclusão que o problema foi naquela semana os presidentes se terem esquecido muitas vezes de levar a lista para o recreio, para ajudar a fazer a fila. Ou seja, como não havia lista, havia quem dissesse que já não havia fila, que já não era preciso respeitar a ordem combinada ... :-) ... tão bom que é não haver regras ou infringi-las! ... :-)

A autoridade ali era exercida, reificada, por uma lista de papel que não estando presente deixava por isso de ser respeitada.

... ou a importância dos símbolos ou ainda a necessidade (ou não!!) de uma lista de nomes para ajudar na organização de uma fila.


P.S. - É a minha turma, evidentemente.

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